Este é o período da observação eventual e da admiração do
céu, entre 3.000 a.C. e 700 a.C.
Como se sabe, o homem existe na Terra a cerca de 500.000
anos. Vamos admitir que ele começou a ter a percepção do céu e dos astros a
apenas 10.000 anos, período conhecido por aqui como “a era Raul Seixas”, vamos
admitir portanto, que a cerca de 10.000 anos o ser humano começou a perceber a
importância do Sol e da Lua nos seus afazeres diários, e com o passar do tempo,
começou a usar essa percepção para ajudar no seu processo de sobrevivência
naquele ambiente hostil.
A história da Astronomia está portanto, intimamente ligada à
história do próprio Homo Sapiens, enquanto espécie capaz de estruturar
sociedades e de construir conhecimento a partir da transmissão de informações
de uma geração para outra.
É uma conclusão óbvia, que o Sol tenha sido o primeiro corpo celeste que manifestou interesse do homem. Afinal, é ao Sol que se deve a totalidade da existência vegetal e grande parte da existência animal no planeta que hora habitamos.
A segunda conclusão é que a Lua foi em seguida admirada,
pois a alternância entre dia e noite caracterizava as atitudes do ser humano
naquelas épocas remotas. À noite ele se abrigava em cavernas e de dia se
aquecia ao Sol. Em noites de Lua cheia, ele eventualmente se aventurava fora
das cavernas enquanto não havia descoberto o fogo para lhe iluminar os
caminhos.
Apenas muitos milênios depois é que o homem se deu conta da
presença das estrelas no céu, e que elas podiam orientá-lo nas suas caminhadas
noturnas.
Logo depois disso, inicia-se o período da observação regular
do céu, do registro e utilização dessas informações e também da reverência aos
astros.
Essa fase da astronomia, teve início a cerca de 3.000 anos atrás, quando surgiram os primeiros registros e instrumentos astronômicos que se tem notícia. Mesmo nômades, os povos daquele período já haviam desenvolvido habilidades agrícolas, criavam animais para a obtenção de leite e carne e navegavam pelas estrelas. Além disso, alguns desses povos já manifestavam as suas crenças em divindades, e iniciaram a associação destas com os astros visíveis no céu.
Existem alguns exemplos em que é clara a associação de
corpos celestes aos artefatos confeccionados por culturas pré-históricas. Por
exemplo, foram encontradas máscaras em que é clara a integração de elementos
celestes nas mesmas; esse tipo de associação continua patente em muitas tribos
primitivas atuais
Essas tradições estão ligadas aos povos chineses, mesopotâmicos,
babilônicos e mais recentemente, os gregos e egípcios. Sendo assim, desde essa
época, os astros eram estudados com objetivos práticos, como: medir a passagem
do tempo (criando calendários), prever a melhor época para plantar e colher, e
também previsões do futuro, pois visto que eles não tinham conhecimento das
leis da natureza, e que os astros representavam seus deuses, a sua disposição
no céu poderia dar indícios do que estava por acontecer.
Boa parte dos nomes, significados e lendas
sobre as figuras formadas pelas estrelas tem origem na Babilônia. Segundo
alguns, a lendária Torre de Babel, seria um misto de templo e observatório.
Entre esses povos antigos cabia aos sacerdotes acumular os conhecimentos
astronômicos e saber se os astros estavam “propícios” à determinada atividade e
a interpretação do “destino”. Nascia assim a Astrologia.
Em várias partes do Mundo, evidências de conhecimentos astronômicos muito antigos foram deixadas na forma de monumentos megalíticos: sendo um dos mais antigos, se não o mais antigo deles, o de Newgrange na Irlanda, que na verdade é um conjunto de postos e instrumentos de observação esculpidos construído por volta de 3200 a.C. e depois dele o monumento de Stonehenge, na Inglaterra, bem mais simples, que data de 3000 a 1500 a.C.
Os egípcios por outro lado, não deixaram muitos registros de
interesse pela astronomia, apesar das pirâmides construídas entre 2627 e 2530
a.C., possuírem muitas características que podem ser associadas a dados
astronômicos, um "catálogo do universo", compilado bem mais tarde,
por Amenhope por volta de 1100 a.C., lista apenas cinco constelações, das quais
duas podem ser identificadas como Orion e Ursa Major, e nem mesmo menciona
Sírius ou cita qualquer planeta.
Desse período, desde aproximadamente 2850 a.C., o maior
legado dos egípcios foi o seu calendário, que apesar de impreciso para os dias
de hoje, já fazia uso de um ano de 365 dias, dividido em 12 meses, cada um com
trinta dias, o que gerava uma “sobra” de 5 dias que fazia com que o calendário civil
dos egípcios não coincidisse com o calendário solar. Seriam necessários ciclos
de 1460 anos pare que o calendário civil dos egípcios coincidisse com o
calendário solar.
No entanto, tão logo os egípcios estabeleceram um calendário
mais preciso eles, aparentemente, perderam todo o interesse no desenvolvimento
da astronomia. Sua maior preocupação passou a ser verificar dados já
estabelecidos e observar os nascimentos heliacais de Sírius (o primeiro
nascimento de Sírius). Nem mesmo os movimentos e fases lunares os interessavam,
pois os dados até então obtidos já os haviam permitido construir relógios
solares para observar o tempo de dia e relógios de água para marcar o tempo
durante a noite.
O próximo período que iremos estudar é o que trata do nascimento da ciência da astronomia propriamente dita.
O próximo período que iremos estudar é o que trata do nascimento da ciência da astronomia propriamente dita.
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