domingo, 2 de novembro de 2014

Sobre Nicolau Copérnico

Nicolau Copérnico (Toruń – Polônia, 19 de Fevereiro de 1473 — Frombork – Polônia, 24 de Maio de 1543).


Foi um astrônomo, matemático e médico polonês. Sua contribuição mais importante à astronomia foi a introdução do conceito de que a Terra não estava fixa. Ele afirmava que a Terra se movia. Vários filósofos da antiguidade já haviam sondado esta possibilidade. Porém foi Copérnico quem formulou de maneira rigorosa o sistema heliocêntrico pela primeira vez.

Na carta que Galileu Galilei escreve em 1615 a Cristina de Lorena, Grã-Duquesa da Toscana, são listados ao menos sete autores da antiguidade que já defendiam a mobilidade da Terra antes de Copérnico, como: Pitágoras, Heáclides, Filolau, Platão, Aristarco, Seleuco e Hicetas. Podemos juntar a estes: Arquimedes, Aristóteles, Cícero e Plutarco. A teoria em si, portanto, não era nova. O que distinguiu a obra de Copérnico, foi que ele deu a essa ideia uma maior fundamentação, sem nunca deixar de reconhecer o trabalho de seus antecessores.

Copérnico estudou em importantes centros desde os 17 anos, e aos 29 tornou-se cônego na igreja de Frauenburgo, passando a se dedicar mais à astronomia, e logo em seguida começou a definir suas ideias sobre o sistema do Mundo e compôs sua célebre obra, a “De revolutionibus orbium coelestium” (ou "Da revolução de esferas celestes"), porém, numa atitude bastante cautelosa devido as circunstâncias da época e seu envolvimento com a igreja, só autorizou a sua publicação três décadas depois, em 1543, ano da sua morte.


As principais partes da teoria de Copérnico são:
  • Os movimentos dos astros são uniformes, eternos, circulares ou uma composição de vários círculos (epiciclos).
  • O centro do universo é perto do Sol.
  • Perto do Sol, em ordem, estão Mercúrio, Vênus, Terra, Lua, Marte, Júpiter, Saturno, e as estrelas fixas.
  • A Terra tem três movimentos: rotação diária, volta anual, e inclinação anual de seu eixo.
  • O movimento retrógrado dos planetas é explicado pelo movimento da Terra.
  • A distância da Terra ao Sol é pequena se comparada à distância às estrelas.

De todos, o principal ponto é que Copérnico admite como Filolau e Heráclito, que a Terra gira sobre si mesma em 24 horas do ocidente para o oriente em torno da linha dos polos, fazendo com que tenhamos a sensação de que “o céu” gire no sentido contrário no mesmo período e sobre o mesmo eixo.


Essa explicação simples, aplicada a todos os planetas, faz desaparecerem muitas dificuldades, sendo a principal delas a das várias esferas de órbitas que se sobrepunham umas às outras, o complexo sistema de epiciclos e eferentes que tentava explicar o movimento irregular dos planetas.

Copérnico rejeitou toda essa complexidade, e lançando a Terra ao espaço, colocou o Sol no centro do Mundo (essa palavra no contexto da época significava o universo conhecido), e a Terra a girar ao seu redor descrevendo a cada ano um círculo precisamente igual àquele no qual julgávamos ver o Sol ser arrastado, assim como os demais planetas, cada um no seu ritmo, mas submetidos todos harmonicamente às mesmas leis, que se aplicavam também às estrelas, justificando sua aparente imobilidade devido à enorme distância que que as separa do centro do Mundo.


De forma prudente, o prefácio do livro é uma carta de Copérnico ao papa Paulo III, dedicando sua obra a ele.

O livro "Da revolução de esferas celestes", não produziu efeito imediatos. O “Mundo pensante” levou tanto tempo para entender suas propostas quanto o próprio Copérnico para publicá-las. Suas ideias só foram consolidadas bem mais tarde, com as intervenções de Kepler, Galileu e Newton.

A conduta da igreja em relação à Copérnico foi dura. O tribunal da igreja condenou formalmente a crença no movimento da Terra, e o seu livro proibido.


Sobre isso, mais tarde, Pascal afirmaria: “Não é o decreto de Roma sobre o movimento da Terra que provará que ela permanece em repouso. Se tivéssemos observações constantes que provassem que é ela que gira, nem todos os homens juntos a impediriam de girar e se impediriam de girar junto com ela”.

Apesar disso, o livro permaneceu proibido pelos próximos cinquenta anos. Ainda em 1829, quando a cidade de Varsóvia ergueu um monumento ao fundador da astronomia moderna, nenhum membro do clero compareceu à cerimônia.

Copérnico sofreu um AVC ao final de 1542, ficando paralítico, vindo a falecer em 24 de maio de 1543, aos 70 anos de idade.


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